COMEÇAM OS ESTUDOS DO NÚCLEO COMBLIN

O Núcleo de Estudos José Comblin reúne na Universidade Católica de Pernambuco as pessoas interessadas na reflexão crítica sobre o pensamento desse grande teólogo e na reflexão sobre a missão cristã no mundo, tomando por base as ideias e o testemunho do Padre Comblin (saiba mais por aqui).
Nesta quarta (25/09) ocorreu o primeiro encontro do Núcleo, com apresentações dos participantes e das suas expectativas, visualização das obras de Comblin e discussão dos objetivos do projeto. Foram recolhidas três propostas de encaminhamentos dos estudos:
  • organização de glossário temático sobre o pensamento de Comblin, a começar pelo verbete Religião
  • redação de uma síntese do seu livro póstumo, costurando as suas diversas versões por unidades temáticas
  • levantamento da evolução do pensamento do Padre José a partir dos seus artigos na REB
Foi distribuído um texto com citações do livro O Espírito Santo e a tradição de Jesus, que servirá de mote para o começo da próxima reunião, dia 30 de outubro às 17h no laboratório do Mestrado em Ciências da Religião. Nessa reunião se decidirá a melhor proposta de encaminhamento e serão distribuídas as tarefas de estudo.
O grupo presente está na expectativa de que o Simpósio do Grupo de Pesquisa Religiões, Identidades e Diálogos, no dia 1º de novembro, na UNICAP, discuta o pensamento de Comblin e resulte em uma publicação. Foi anunciado também que está sendo montado o laboratório de história para prosseguimento da digitalização/disponibilização dos arquivos pessoais de Comblin.
O grupo também se articulou para participar da III Semana Teológica Pe. José Comblin, que terá lugar no auditório do Centro de Educação da UFPB, em João Pessoa, de 22 a 24 de outubro (veja a programação por aqui). O tema geral será “O Espírito Santo e a Missão: o Profetismo das Juventudes”, e o evento é promovido pelo movimento Kairós-Nós também somos Igreja, Livraria Paulinas, Núcleo de Cidadania e DH e Setor de Comunicação da UFPB e Grupo Igreja dos Pobres. Uma das propostas que levamos é que essa Semana circule também pelo Recife e por Fortaleza.

RAPADURA, BUCHADA E FÉ NO SERTÃO

Dia desses uma comitiva do nosso Mestrado fez uma excursão de estudos ao Memorial José Comblin. E aqui no campus da UNICAP, nossos Mestres em Ciências da Religião estão engajados na construção de um futuro Núcleo de Pesquisas sobre o seu pensamento: Karina Bezerra está escaneando textos inéditos do grande teólogo, Carlos Vieira organiza uma página na internet para divulgar trabalhos sobre a obra de Comblin e principalmente facilitar o acesso aos seus livros em nossa biblioteca, e Mariano Vicente está recolhendo artigos para um número monográfico sobre o Padre José na Revista Paralellus.

O pastor Paulo Cesar Pereira, também nosso Mestre em Ciências da Religião, que se tornou pesquisador e discípulo do velho Comblin, esteve novamente agora no Memorial, em Santa Fé, Solânea, na Paraíba, para participar da Romaria Missionária Comblin-Ibiapina. Padre José contribuiu para recuperar o modelo cristão desse grande missionário e foi sepultado ao lado do Padre-mestre Ibiapina. Muita gente acorreu esta semana aos seus túmulos para renovar a fé e o compromisso com o Governo de Deus, que eles testemunharam, e para celebrar, entre buchadas e rapaduras compartilhadas, que “a esperança dos pobres vive”. Paulo Cesar trouxe um alforge cheio de entrevistas e belos depoimentos.

De 15 a 18 deste mês de março, aconteceu no Santuário de Santa Fé, em Solânea-PB, a Primeira Romaria em Memória do Pe. José Comblin. A festa aconteceu por ocasião da comemoração dos 90 anos de seu nascimento. Muita gente apareceu por lá, foram aproximadamente 450 inscritos. Seis bispos deram o ar da graça, dentre eles, os sempre prestigiados Dom José Maria Pires, arcebispo emérito de João Pessoa e Dom Luiz Cáppio, de Barra na Bahia. Mas, a festa foi mesmo marcada pela presença maciça daqueles que conheceram e beberam na fonte do Padre Comblin. Esse é exatamente o sentido de uma romaria, voltar e beber na fonte.

Tinha padres, lavrador@s, lavadeiras, religios@s, professores, estudantes, meninos, meninas e gente já bem vivida. Tinha ativistas, militantes, comunistas e socialistas. Apareceram os amigos de primeira hora e também os dos últimos anos. Era gente do Mato Grosso, do Rio de Janeiro, da Bahia, Sergipe, Alagoas, Pernambuco, Ceará, Piaui, Maranhão e uma ruma de gente boa da Paraíba. Por lá estiveram a Associação Missionária Jesus no Meio dos Pobres, a AMINE, os Missionários do Meio Popular, os Missionários do Meio Rural, a Irmandade do Servo Sofredor, a Comunidade do Discípulo Amado, a Congregação Missionários do Campo e muitos outros.

Nos dois primeiros dias aconteceu a romaria propriamente dita, nos dois últimos foram as reuniões de avaliação e planejamento das Escolas de Formação Missionária. Todas elas estavam presentes, Juazeiro(BA), Brotas(BA), Floresta(PE), Esperantina(PI), Mogeiro(PB) e São Lourenço(PE). As celebrações foram marcadas por momentos de grande emoção. Além da memória do Padre Comblin, ainda foram lembrados e reverenciados os Padres Ibiapina, Cícero do Juazeiro, Lamberto e Dom Hélder Câmara, bem como Margarida Maria Alves e o Beato José Lourenço.

Os testemunhos foram muitos, histórias que não estão contados nos livros. Foi gente dizendo que aprendeu a resolver muita coisa com o silêncio, outros dizendo que aprenderam a escutar, pois “o evangelho é a vida, é dar oportunidade para os mais simples falarem”. Tinha aqueles que lembravam das recomendações do Padre Comblin: “Não é para dar conselho, manda a pessoa pensar.” Ou ainda: “Vocês não vão fazer o discurso de opção preferencial pelos pobres, vocês são pobres, vão se assumir como pobres.” Amanda, de Paulo Afonso, BA, quando decidiu se matricular na Escola Missionária de Juazeiro, relata que muitos religiosos da paróquia se dirigiam a ela e perguntavam: “-Vai virar mais uma cobra de Comblin?” E ela de pronto respondia: “-Eu não tenho medo de cobra não senhor”.

De tudo teve um pouco, e de cada pouco muita coisa boa para se pensar e viver. Lembrar, ainda com água na boca, do gostinho deixado pela buchada no almoço, da rapadura na sobremesa e dos testemunhos de fé contados nas rodas de conversa. Quem estava presente, recebeu o encontro como um verdadeiro tempo de pentecostes, para os que não puderam ir, vão ter que aguardar um pouco, mas daqui a cinco anos nos reuniremos novamente em Santa Fé. Até lá vamos amadurecendo e administrando todo esse “ribuliço” que ficou dentro de nossa mente e coração.

Paulo Cesar Pereira,
pastor batista em Olinda, Mestre em Ciências da Religião pela UNICAP.

Mais no blog:
Biografia de Comblin
Comblin e o Espírito Santo
Religiosidade popular
Religião e bode

BIOGRAFIA DE COMBLIN

MUGGLER, Monica.
Padre José Comblin: uma vida guiada pelo Espírito.

São Paulo: Nhanduti, 2013.

“Muito cedo, as suas análises pastorais e eclesiais começaram a suscitar polêmicas. Não por serem ideias novas ou diferentes, mas porque traziam à vista aspectos que ninguém ainda tinha enxergado, desnudava a realidade, nominava os fatos e as atitudes, sacudia o Evangelho dos enfeites e das grades que lhe foram agregados milenarmente… Essa era uma grande preocupação de padre José Comblin: uma teologia mais comprometida com a realidade, em particular com a realidade do mundo popular latino-americano. Para isso era necessário ter contato com o mundo real. E ele sempre procurou esse contato até nos detalhes da vida cotidiana. Assim ele justificava: Um dia, perto do final de sua vida, Congar disse que tinha uma coisa a lamentar na sua vida: que não havia tido contato suficiente com a vida real e isso lhe faltou. Portanto, eu penso que toda essa geração daquele tempo permanecia num mundo muito intelectual, e ele sabia que isso tinha repercussão no povo e na Igreja, contudo, viviam no seu mundo intelectual, acadêmico, fechado e sem dar-se conta do que acontece, quais as repercussões, e de certo modo são pouco realistas, com uma visão idealista como muitas vezes os teólogos que escrevem na revista Concilium atualmente. Fazem toda uma série de elucubrações muito avançadas, muito revolucionárias, mas sem nenhum interesse pelo que se passa neste mundo. Ou seja, o que vai acontecer na prática, o que é possível. São elucubrações sempre mais distantes. Assim, o que tentamos em nosso mundo foi tentar falar de tal modo que as pessoas pudessem entender, aprender e avançar.

Ele acreditava que somente a partir da realidade é que podemos dar resposta, criar, propor, realizar. Quando perguntado o que diria a jovens seminaristas na atualidade, respondeu: Vão viver nas periferias para conhecer a realidade, porque senão não conhecem, tudo fica nas palavras. Nossa aliada é a realidade, e quem não vê a realidade não vê o que é a humanidade. Fica nas palavras e nos discursos, porém, não pode criar nada. Não há receita; mas vão, tendo cabeça e coração, descobrirão o que deve ser feito. Assim, chegou a ser considerado um dos teólogos conflitivos que exercia uma má influência nos jovens e outras coisas mais. Em seus primeiros anos, primava por uma fina ironia ao expressar suas percepções e análises. Talvez, inconscientemente, era uma forma de superar a sua timidez, mas para os seus interlocutores, isso incomodava muito. Claro, pouco a pouco, foi domesticando a sua ironia, que no crepúsculo de sua vida se torna instigante. Como resumiu um amigo seu, o bispo chileno Dom Jorge Hourton: Padre Comblin escreveu muito, mas seus escritos são mais temidos do que lidos…
Dom Jorge resume muito bem esse traço combliniano: Tampouco saberia contar quantos somos no Chile os leitores de Comblin, porém creio que não somos poucos os que apreciamos seu pensamento vigoroso, original, penetrante, corajoso, com saborosas pitadas de humor e de ironia, às vezes bem mordazes. Conhecendo-o mais de perto, sabemos que não procedem de um ânimo amargo ou odioso, mas sim de uma picardia de menino travesso e impenitentemente crítico e lúcido. Porém, há mais: procedem sobretudo de uma paixão pelo Evangelho e de uma convicção pessoal muito séria de índole eclesiológica: Comblin pensa que um estilo autoritário e legalista no catolicismo provoca muito dano e é a causa de um desvio que o colocou em conflito com os tempos modernos; esse desvio afoga a inspiração evangélica, baseia-se em estruturas de poder, deforma os ministérios de serviço nas estruturas hierárquicas, reduz os leigos à mera submissão passiva e desanima as forças de renovação, privilegiando o status quo em detrimento do carisma missionário e defraudando a opção pelos pobres. Opina que a teologia se desviou do Povo de Deus, iniciado pelo Vaticano II e substituído por uma restauração da eclesiologia centrada no primado do Papa e da cúria romana…” (p. 216ss)
Veja um trecho do livro por aqui,
Mais informações e aquisição por aqui.
Mais no blog:

ROMARIA MISSIONÁRIA

ROMARIA MISSIONÁRIA COMBLIN-IBIAPINA
SOLÂNEA – PARAÍBA

15 a 17 de Março de 2013

Aproveitando a ocasião em que celebramos os 90 anos de nascimento de padre José Comblin, pensamos em realizar um grande encontro de todos os que fizeram e fazem as Escolas de Formação Missionária por ele fundadas. Estendemos o convite a todos aqueles que beberam nessas fontes e se sentiram inspirados pelo seu testemunho e pelos seus ensinamentos. Sua presença alegrará o nosso coração!Assim, é com grande alegria que anunciamos a 1ª Romaria Missionária. Será nos dias 15 a 17 de março e 2013, no Santuário Padre Ibiapina, Arara/Solânea, Paraíba.

Padre José dizia: “Padre Ibiapina foi sem dúvida o maior missionário do interior do Nordeste. O maior pelas viagens missionárias que fez por cinco estados do país, evangelizando a população sertaneja. Maior pela quantidade das obras que deixou. O maior pela originalidade do seu método missionário. O maior pela concordância e pela sintonia que soube criar entre a sua pregação e alma do povo do interior nordestino.

José Antônio Maria Pereira Ibiapina nasceu em Sobral, Ceará, no dia 5 de agosto de 1806. Era filho de um tabelião que logo se instalou em Icó, mas morreu no intento de revolução em 1824. Ibiapina entrou um tempo no seminário de Olinda, mas não ficou e se inscreveu na primeira turma da nova faculdade de direito de Olinda, em 1828. Bacharel, foi nomeado juiz em Quixeramobim, em 1834. Foi deputado na assembleia nacional. Em 1837 não renovou o mandato e foi morar no Recife, onde atuou como advogado defensor dos injustiçados.

Ordenou-se em 1853, no Recife. Foi nomeado vigário geral, provedor da diocese e professor no seminário. Pouco tempo depois, deixou tudo isso para se dedicar ao sertão de Pernambuco, Paraíba, Piauí e Rio Grande do Norte. Percorreu os sertões como missionário, pregando, construindo açudes, cemitérios e as chamadas “Casas de Caridade”. Para manter essas casas, fundou as “irmãs (leigas) da caridade”. No final de sua vida, doente e incapacitado de andar, recolheu-se na casa de caridade de Santa Fé, em Arara, na Paraíba, onde morreu no dia 19 de fevereiro de 1883. Tinha sido como o patriarca do sertão, conselheiro de todos, reunindo o povo para obras comunitárias. Foi acusado de instigar o povo para a revolução. A polícia um dia foi prendê-lo, mas não se atreveu, por medo do povo”.

Padre José contribuiu muito para recuperar o modelo desse grande missionário e foi sepultado ao lado do padre-mestre Ibiapina. Por isso, nada melhor para nós, romeiros missionários, renovar nessas fontes tão inspiradoras, o nosso vigor e ardor para seguir na Missão evangelizadora entre o povo nordestino!

Todos nós experimentamos o quanto o nosso querido e saudoso padre José transformou nossas vidas, mostrando-nos o Caminho de Jesus, com tanta fé e amor. Ele foi um Profeta nos tempos atuais. Sonhava com uma Igreja mais próxima do Evangelho: mais humana, mais acolhedora, mais presente! Uma Igreja fiel a Jesus! Ele nos conclama: “Hoje em dia, diante da arrogância da nova cristandade que está se instalando, mais do que nunca a palavra deve levantar-se para lembrar a opção pelos pobres que hoje são os excluídos”. Sua vida sempre teve uma direção muito clara: a valorização dos pobres como sujeitos de uma nova sociedade.

Sabemos que a memória se alimenta pelo testemunho de pessoas que assimilaram seus ensinamentos. Ao fazer essa memória queremos renovar o vigor de nossa presença no mundo de hoje, especialmente entre os pobres, com seus desafios e apelos. Queremos crescer na consciência missionária como Igreja – Povo de Deus!

Querido irmão, querida irmã, desde já seja muito bem vindo, muito bem vinda! Para todos nós o padre José Comblin é um modelo de Fé a ser seguido! Queremos consolidar o seu exemplo e a sua memória. Certamente a Romaria dos Missionários a Santa Fé, em março de 2013, será um momento forte dessa consolidação! Por favor, confirme a sua participação e/ou a relação dos participantes de sua delegação até o dia 15 de fevereiro de 2013.

Articulação das Escolas de Formação Missionária
Contato: Monica Muggler (74)9968 1325, (83)9607 5529

Acesse aqui o site do Memorial José Comblin
Veja aqui testemunho sobre Comblin por Maria Clara
Saiba mais aqui no blog quem é José Comblin

COMBLIN E O ESPÍRITO SANTO

COMBLIN, José.
O Espírito Santo e a Tradição de Jesus.
São Paulo: Editora Nhanduti, 2012.

“Como a sinfonia inacabada de outros gênios, assim ficou a última obra de José Comblin, padre e doutor em teologia. Um dia, perguntado sobre qual de seus livros considerava o melhor respondeu: Este que estou escrevendo! Afirmava-o sem hesitação, talvez pressentisse ser sua última obra. Mas também porque desejava completar o conjunto de suas obras sobre o Espírito Santo. Quis o destino que não terminasse. Deus veio buscá-lo sem avisos prévios nem delongas. Sua jornada estava cumprida. Sua obra restou inconclusa. Ficou como último presente de seu vasto testamento: provocante, polêmica, eivada de profundo amor a Jesus e à Igreja! Desejava vê-la – a sua Igreja – mensageira, coerente, fiel, seguidora da Tradição de Jesus. José Comblin sempre foi um homem de Igreja, por isso provocava-a à fidelidade evangélica. Queria vê-la livre do peso dos séculos que agregaram tanta coisa que ofuscava a imagem verdadeira de Jesus e desviava da revelação do Pai.

O objeto do seu derradeiro escrito não é um tema novo. Pelo contrário, ao longo de seus escritos, assim como em diversas conferências posteriormente transcritas, ele abordava de uma forma ou de outra os temas que agora apresenta de forma mais incisiva, na perspectiva da fidelidade à tradição de Jesus. A novidade está na clareza da distinção que faz entre o Evangelho e a Religião. Entre a tradição de Jesus e a tradição religiosa. O que é transmitido pelo Evangelho e pelos Atos dos Apóstolos, e o que foi construído a partir das interpretações ao longo dos séculos e sistematizado em doutrinas e ensinamentos da Igreja. Nesta obra, ele quis ir mais longe. Ele explicita de modo incisivo, certamente incômodo e desconfortável para alguns, tudo o que foge à verdadeira tradição de Jesus. – Como vamos transmitir a mensagem de Jesus, se o que é ensinado é uma doutrina elaborada posteriormente, marcada pela cultura e realidade, pelos impasses e desafios das épocas seguintes? Inquiria ele. José Comblin parte da constatação da necessidade de elaborar uma nova Teologia e chega ao essencial que é a transmissão da verdadeira Tradição de Jesus pela ação do Espírito Santo na sua Igreja, conforme a sucessão dos títulos que foi dando às distintas redações.

É preciso voltar a Jesus, ao Evangelho. Deixar de lado tudo o que foi acrescentado. É preciso voltar a ser livre. Livres para seguir Jesus Cristo, e não os seguidores de Jesus e o que a Igreja construiu em torno de Jesus. E será tarefa do Espírito interpretar ou atualizar para cada época e cada situação a mensagem e os atos de Jesus, inspirar o agir, o ensinar e o transmitir para cada tempo. (…) As quatro redações da sua OBRA maior diferem em parte, repetem-se em alguns pontos e se completam. Cada uma delas tem sua novidade que não se repete da mesma forma na outra. Daí a dificuldade de optar por uma e outra, até porque todas, em maior ou menor parte, estão incompletas. Gostaríamos que todas fossem publicadas na íntegra e simultaneamente, em um ou mais volumes, a critério da editora. Sabemos que encarece o custo final do livro. Mas é a obra final de sua vida…

Hoje talvez muitos não entenderão, ou irão considerar exagero suas colocações. Ele, porém, descortinava horizontes muito além dos nossos. Ao leitor caberá comparar, pesquisar, fazer a síntese e seguir o diálogo com ele. Quem sabe, mais adiante alguns teólogos/as poderão fazer uma edição crítica desta sua obra, na qual constam as suas intuições acerca do porvir da Igreja e do cristianismo. A publicação simultânea e conjunta das quatro redações permitiria descobrir a evolução do pensamento deste teólogo de profunda honestidade intelectual e rara criatividade em termos de proposições. Pensamos entre amigos que a publicação deveria começar pela apresentação da 5ª redação, pois é a primeira vez que Comblin faz uma auto-apresentação em seus escritos. Ela é bem elucidativa de sua maneira de pensar e escrever, oferecendo uma chave de leitura para as demais redações. Assim a última redação – a mais curta de todas – viria primeiro. No restante, seguiremos a ordem cronológica.

(…) Eis aí a sua obra qual sinfonia inacabada. Você, José Comblin, a deixou inacabada porque terminou a sua Jornada terrestre. Que nós não a deixemos inacabada por abandono do Caminho! Obrigada, José Comblin, pelo seu legado. Você nos entrega a missão de levar adiante a Tradição de Jesus, como discípulos e missionários. Obrigada pelo seu exemplo de discípulo LIVRE, FIEL e PERSEVERANTE! Obrigada pela sua cumplicidade com o ESPÍRITO na transmissão da TRADIÇAO de JESUS!” (Monica Maria Muggler).

Veja aqui um trecho do livro
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LIBERTAÇÃO PELA INTERNET

Começa no próximo domingo, dia 7, e segue até o dia 11 de outubro, em São Leopoldo, no Rio Grande do Sul, o Congresso Continental de Teologia, evento de grande importância para a região, que acontece no marco de dois momentos históricos para a Igreja católica: os 50 anos do Concílio Vaticano II e os 40 anos da publicação de Teologia da Libertação, de Gustavo Gutiérrez.

Entre alguns dos objetivos, busca-se reunir a comunidade teológica do continente em torno ao Vaticano II e à teologia continental, contribuindo para que a teologia latino-americana continue sendo instância retroalimentadora das comunidades eclesiais inseridas no mundo em perspectiva libertadora, frente aos novos desafios oriundos de culturas pluralistas e globalizadas.
O Congresso acontecerá nas instalações da Unisinos e poderá ser acompanhado também, ao vivo, pela rede mundial de computadores. Veja as conferências e sessões que serão transmitidas pela internet (no horário de Brasília):
7 de outubro – Abertura
16h30min – Centrando-se no Congresso: O Concílio Vaticano II e a Teologia da Libertação – Agenor Brighenti
17h00min – Conferência Inaugural: Um novo Congresso e um Congresso novo – Jon Sobrino e Geraldina Cespedes
8 de outubro – Novas Interpelações
09h10min – Conferência de abertura: A situação sóciocultural, econômica e política no contexto mundial – Pedro Oliveira Ribeiro
11h – Painel: As Interpelações das Jornadas Teológicas Regionais – José Sánchez Sánchez e Socorro Martínez; Economia e Teologia – Jung Mo Sung
20h00min  Conferência: Outro mundo possível e o contexto latino-americano – Francisco Whitaker
9 de outubro – Hermenêutica Cristã
9h10min – Conferência: As Igrejas no Continente 50 anos depois: questões pendentes – Victor Codina
11h00 – Conferência: Teologia e novos paradigmas – Andres Torres Queiruga
20h00 – Conferência: A teologia Latino-Americana: Trajetória e Perspectivas – Gustavo Gutiérrez
10 de outubro – Práxis e Mística
09h10min – Conferência: O lugar e o papel da teologia nos processos de mudança do continente no contexto mundial – Leonardo Boff
11h00min – Painel: Mundialização, pluralismo religioso e teologia cristã – Peter C. Phan; Novos sujeitos e interculturalidade – Raúl Fornet
11h00min – Painel: Obra e vida do Mestre Comblin – Luis Carlos Susin, Eduardo Hoornaert
20h00min – Conferência: Teologia americana e europeia: interpelações mútuas – Andres Torres Queiruga
11 de outubro – Perspectivas
09h10min – Conferência: Novos desafios e tarefas para a teologia na América Latina e no Caribe hoje, a partir das contribuições do Congresso – João Batista Libânio
11h00min – Painel: Teologia e Espiritualidade libertadora – Marilu Rojas; Extra pauperes nulla salus – Carlos Mendoza-Álvarez
14h30min – Síntese e projeções do Congresso

JOSEPH MOINGT… E JOSÉ COMBLIN!

MOINGT, Joseph.
Deus que vem ao homem – Vol. I: do luto à revelação de Deus.

São Paulo: Loyola, 2010.

Este livro (em português) é o primeiro de quatro volumes já publicados (em francês) de uma obra de teologia cristã ainda inacabada de Joseph Moingt: Deus que vem ao homem. O autor, com mais de 90 anos, foi descoberto por José Comblin nos últimos anos de sua vida e acabou sendo o mais citado na sua obra póstuma (que deve sair no próximo mês pela Nhanduti), como “o teólogo que tem um método que nem o meu”.

Nesse primeiro volume, Moingt investiga a identidade pela qual Deus se revela na história de Jesus de Nazaré. O livro aborda o problema de Deus na filosofia, afim de ressaltar os caminhos pelos quais a descrença se espalhou e de observar as reações da teologia e suas tentativas de conciliação entre fé e razão. No segundo livro, disponível em português, o autor segue o itinerário do Verbo de Deus atravessando a opacidade silenciosa da “Carne do mundo”. Essa travessia proporciona o encontro com os grandes dogmas da fé cristã: trindade, criação, encarnação, pecado original e revelação de Deus na história. Trata-se de traduzir a aparição de Deus no tempo em termos de ser e de eternidade, de confrontar a linguagem bíblica da criação com a das ciências do universo, ou o discurso do pecado com o problema do mal estudado pelos filósofos, e, mais ainda, de falar da humanização do Verbo. Os outros livros já estão sendo traduzidos pela Loyola. Mais informaçõesaqui, no site da editora.

E para quem lê em francês mesmo, o autor acabou de lançar pela Desclée de Brouwer uma nova obra: Faire bouger l’Eglise catholique (Fazer mover a Igreja católica). Aí o editor pergunta (veja aqui na Amazon): “Devemos nos resignar a ver a Igreja Católica voltada sobre si mesma, como por um estranho efeito de glaciação? Ela pode separar-se a tal ponto das pessoas de hoje? Não, diz o teólogo Joseph Moingt, dedicado nesse livro à defesa de um novo impulso para a Igreja. Dinâmica que necessariamente requer uma profunda mudança: promover verdadeiras comunidades do evangelho, através da redução da instituição, para oferecer às mulheres um lugar digno desse nome, retornar às intuições do Concílio Vaticano II. Não é esse o sentido de um autêntico humanismo evangélico? Há uma urgência de avançar. É urgente registrar uma nova esperança, longe de medos e tensões do passado”.

Joseph Moingt é jesuíta, nasceu em 1915 em Salbris (Loir-et-Cher, França). Depois dos estudos de filosofia e teologia na Companhia de Jesus, ele seguiu a École Pratique des Hautes Études e defendeu uma tese de teologia no Institut Catholique de Paris. Foi professor de teologia sucessivamente na Faculdade jesuíta de Lyon-Fourvière, no Institut Catholique de Paris e nas Facultés de Philosophie et de Théologie de la Compagnie de Jésus à Paris (Centre Sèvres). Também dirigiu a prestigiosa revista Recherches de Science Religieuse, de 1968 à 1997. Entre as suas obras: Théologie trinitaire de Tertullien (Aubier-Montaigne, 4 vol, 1966-1969), Le Devenir chrétien (DDB, 1973), La Transmission de la foi (Fayard, 1976), L’Homme qui venait de Dieu, Le Cerf, coll. Cogitatio fidei n° 176, 1993), Les Trois visiteurs (DDB, 1999), Plusieurs contributions dans des ouvrages collectifs, notamment «Le Dieu des chrétiens» dans La Plus belle histoire de Dieu (Le Seuil, 1997).
Veja aqui uma carta de Moingt aos estudantes brasileiros,
 sobre os desacordos entre a pregação de Jesus e a da Igreja.

CONTRIBUIÇÕES DE COMBLIN NA SEMANA TEOLÓGICA

Uma delegação do nosso Mestrado em Ciências da Religião da UNICAP, composta pelo professor Gilbraz Aragão e os nossos mestres e mestrandos José Sebastião, Paulo Cesar, Valter Avellar e Artur Tavares, está partindo pra UFPB, para participar da Semana Teológica sobre Comblin. Quem dá notícia do evento é Natasha Pitts, jornalista da Adital:

Começa hoje (12) e vai até sexta-feira, a II Semana Teológica Padre José Comblin, com o tema “O legado da Teologia da Libertação e a contribuição de José Comblin”. O evento, gratuito e aberto ao público, vai acontecer na Universidade Federal da Paraíba (UFPB), em João Pessoa, com a intenção de perpetuar as obras e a memória desse expoente da Teologia da Libertação, que morreu aos 88 anos no ano passado, e ficou conhecido como o “profeta da Igreja dos Pobres”.

“A primeira Semana Teológica foi realizada após a morte do padre José Comblin [em março de 2011], pois nós queríamos perpetuar sua memória e de outros profetas com a mesma linha de pensamento. Para este ano, nós decidimos realizar uma Semana mais ampla que abordasse temáticas como o pós-Concílio no Nordeste e novos desafios para o Cristianismo”, explicou João Fragoso, integrante do Grupo Kairós, responsável pela Semana Teológica.

(…) O integrante do Grupo Kairós acrescenta ainda que a II Semana Teológica quer deixar uma contribuição concreta para os/as participantes, no sentido de fazê-los acordar. “Este evento quer ajudar a despertar uma consciência de que o povo é sujeito de sua história e que as mudanças almejadas têm que vir por meio de nós. Não podemos esperar mais que estas transformações venham com as atitudes das autoridades. Já passamos deste tempo de esperar”, ressalta.

São esperados alunos e professores da universidade, atores sociais comprometidos com os movimentos populares e grupos de outras denominações religiosas também comprometidas com estes movimentos. (…) A programação acontecerá no Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes (CCHLA) da UFPB. As conferências serão realizadas sempre das 19 às 21h, no auditório 411. A conferência que abre a II Semana é “O pós-Concílio no Nordeste: a contribuição da Teologia da Enxada, na perspectiva da missão e da libertação”, com a participação do professor Eduardo Hoornaert (UFBA) e dos debatedores Mônica Muggler e Pastor Luciano.

Na quinta-feira, a programação inicia às 8h com três oficinas de teologia: “Memória das experiências da Igreja na Base no Nordeste”; “Teologia testemunhal no Nordeste: novos desafios, novos sujeitos”; e “Novos desafios para o Cristianismo: a contribuição de Pe. José Comblin”. À noite, a conferência tem como tema “A Teologia da Libertação numa perspectiva ameríndia”. Estarão presentes o professor Agenor Brighenti (PUC/PR) e os debatedores Ermanno Allegri, diretor da Agência de Informação Frei Tito para América Latina, e Josenildo Francisco de Lima.

João Fragoso aponta que as oficinas estão entre os momentos mais importantes da programação. “Acredito que as oficinas vão gerar um material muito bom, pois com a participação de movimentos populares, CEBs, pastorais, será possível ver quais são as verdadeiras experiências do Nordeste”, diz. No último dia, haverá pela manhã a plenária das três oficinas. À tarde acontece o Encontro dos Jovens Teólogos do Nordeste e pela noite o evento encerra com a conferência “Por uma Teologia testemunhal a serviço da humanidade”, que terá a participação do professor Luiz Carlos Susin (PUC/RS) e dos debatedores João Batista Magalhães e Irmã Conceição.

O evento está sendo promovido pelo Grupo Kairós – Nós Também Somos Igreja e apoiado pelo Núcleo de Cidadania e Direitos Humanos da UFPB; Igreja dos Pobres; Pastoral Presbiteral; Livraria Paulinas e Adital. Para mais informações sobre o evento, ligue para (83) 3241-5636.

Mais no blog:
Quem é José Comblin
Excursão ao pensamento de Comblin
Biblioteca de Comblin na Unicap

QUEM É JOSÉ COMBLIN?!

O PADRE JOSÉ DOS POBRES

As escolhas que ele fez,
não lhe deram um reinado,
mas lhe deram lucidez:
um irmão ao nosso lado!

Sem temor da releitura,
com o olhar que vai lá dentro,
elegeu sempre a procura
e entendeu Quem é que é o Centro!

O seu longo aprendizado
não foi só de academia.
Nem ficou daquele lado.
Junto aos pobres, sua alegria!

Descobriu que a liberdade
é o presente que humaniza.
Sempre em busca da verdade,
foi suor, bem mais que brisa.

No poder, fosse qual fosse,
suspeitou uma impostura:
pois o Mestre, firme e doce,
foi perdão, paz e bravura!

Não poupava a Instituição
que, chamada a ser serviço,
trai a fé, na contramão,
com o olhar um tanto omisso.

Sim, ao Reino deu seu brio,
não às púrpuras e às palmas!
Entendeu que o desafio
é o humano: corpos e almas!

É no grito do pequeno
que de Deus se escuta a voz:
pois é ali que se faz pleno
o que o céu pede de nós!
(J. Thomaz Filho)

Com patrocínio do Programa de Cooperação Acadêmica sobre Religiosidade Popular e Poder no Nordeste, coordenado no Recife pelo professor Luiz Carlos Marques, um grupo de 13 professores, estudantes e ex-estudantes do Mestrado em Ciências da Religião da Unicap realizou neste final de semana, 25 e 26 de agosto, uma excursão a Santa Fé, na Paraíba, em busca da memória de José Comblin. Participaram da animada e proveitosa excursão acadêmica: Carlos Vieira, Karina Bezerra, Paulo César Pereira, Walter Amaral, Mariano Vicente, Drance Elias, Wilson Jansen, Gilbraz Aragão, Luiz Carlos Marques, Newton Cabral, Zuleica Campos, Maria do Rosário Catão e Abraão Silva.

A programação constou de visita ao Santuário do Padre Ibiapina em Santa Fé, Solânea, Paraíba, onde estão o túmulo e o Memorial do Padre José Comblin – que se dizia inspirado na sua missão evangelizadora pelo grande peregrino e construtor de Casas de Caridade, que foi Ibiapina (1806-1883). Tivemos uma conversa gostosa com a comunidade e a irmã Monica Muggler, companheira de Comblin, sobre a Pessoa e o Pensamento do padre José, além de uma discussão sobre os rumos das Religiões Populares – que constituíam temática de predileção de Comblin, junto com a questão da Liberdade do Espírito. Em pauta também a criação de um Núcleo de Estudos sobre José Comblin na Unicap, que é herdeira da sua biblioteca pessoal.

José Comblin (1923-2011) continua sendo uma figura simbólica para muitos cristãos e cidadãos espalhados pelo mundo e, sobretudo, na América Latina e no Nordeste brasileiro. Nele, reconhecemos um dos teólogos da aurora da Teologia da Libertação – de modo especial da Teologia da Enxada – com uma produção privilegiada, seja quanto à qualidade, seja quanto ao seu incansável ritmo de produção, destacando-se a publicação, até o final de sua vida, de centenas de artigos e mais de setenta livros. Comblin se mostrou um apaixonado da causa libertária dos pobres, na perspectiva do seguimento de Jesus. Por eles e com eles viveu e morreu, sempre educando para uma esperança militante.

Tornou-se conhecido como missionário e profeta, famoso por incomodar e desinstalar, por denunciar o culto religioso e pregar a memória de Jesus Cristo, apontando as mazelas e armadilhas dos poderosos e das instituições, e, ao mesmo tempo, lembrando que a “esperança dos pobres vive”. Um intelectual de inteligência privilegiada, dotado de profunda erudição, o que sempre soube combinar com uma capacidade ímpar de clareza, simplicidade e força de testemunho. Como colaborar para que as novas gerações possam acessar o percurso intelectual de Comblin e se deixar sensibilizar pelo seu engajamento e pelas suas causas? Foi essa a pergunta mobilizadora da nossa excursão, que trouxe as seguintes propostas de encaminhamento, que deverão confluir para um futuro Núcleo de Estudos sobre José Comblin na Universidade Católica de Pernambuco:

1. Formação de grupo de estudos sobre José Comblin no Mestrado, sob animação de Paulo Cesar, que deve gestar um projeto sistemático de pesquisa, articular semana de estudos com a UFPB e outros grupos interessados em Comblin, além de promover intercâmbio com a equipe do seu Memorial em Santa Fé.

2. Criação de uma página na internet sobre os grupos e atividades que estudam Comblin na região, focando e favorecendo o acesso à sua biblioteca na Unicap, sob liderança de Carlos Vieira, do Humanitas da Universidade.

3. Organização, em 2013, de um número temático da nossa Revista Paralellus, com reflexões sobre a obra de Comblin e artigo inédito dele, sob liderança de Mariano Vicente e Walter Amaral.

4. Lançamento do livro póstumo de Comblin na Unicap, no Colóquio Religiões, Identidades e Diálogos, do Mestrado, em 9 de novembro próximo, responsabilidade de Drance e Gilbraz.

5. Disponibilização de um laboratório de história que está em construção, para digitalizar os arquivos pessoais de Comblin e empreender o tratamento crítico do material, que deverá ser apresentado na internet, responsabilidade de Luiz Carlos e equipe.

Que esse trabalho de pesquisa e comunicação sobre Comblin inspire mais rigor acadêmico e maior compromisso profético nas Ciências da Religião da gente, em coerência com o mestre cujo pensamento pretendemos estudar melhor. E todos estão convidados para o mutirão!

Acesse aqui o site do Memorial José Comblin
(aproveite e faça um passeio virtual).

Saiba mais sobre Comblin aqui no blog.
Veja aqui o livro póstumo de Comblin.
Paulo Cesar escreveu dissertação sobre Comblin,
 cujo índice pode ser baixado aqui e texto completo aqui.
Alberto Oliveira fez dissertação sobre Ibiapina,
cujo texto pode ser baixado aqui.
Baixe aqui o artigo de Gilbraz:
 “A religiosidade popular e a fé cristã”.
Veja mais religiões pelos sertões aqui.

HOMENAGEM A COMBLIN

Maceió, 25 de maio de 2011.

A Aliança de Batistas do Brasil, instituição batista de caráter ecumênico que se caracteriza pela defesa intransigente de princípios fundamentais e inegociáveis e que tem atuado na luta em favor de tudo o que promova os direitos dos seres humanos, vem manifestar um voto de louvor e regozijo pela realização da sessão solene em homenagem à memória do Pe. José Comblin, a ser realizada no dia 28.05.2012, no plenário da Câmara dos Deputados.

Reconhecemos os seus relevantes serviços prestados ao Brasil e à Igreja Latino-Americana, sempre se colocando ao lado dos excluídos e menos favorecidos, tornando-se assim uma voz lúcida, profética e desafiadora a todos e todas que buscam construir uma sociedade mais humana, justa e igualitária.

Somos agradecidos ao Pe. Comblin por sua preciosa colaboração na incansável busca de aproximação entre irmãos e igrejas de diferentes tradições religiosas. Também lhe somos devedores pelas inúmeras vezes em que graciosamente fomos atendidos, o que, sem dúvida, demonstra a grandeza do seu espírito cheio de bondade e generosidade.

Por fim, parabenizamos a todas e todos os que se envolveram para que essa justa e merecida homenagem fosse possível, elevando assim, para bem alto, o nome daquele que foi um dos maiores teólogos dessa geração.

Pastora Odja Barros
Presidente da Aliança de Batistas do Brasil
Rua Miguel Palmeira, 1300 – Pinheiro – Maceió-AL
CEP: 57055-330 – CNPJ: 09.477.567/0001-28
Fone: (82) 3241-9402

Minha gente,
Testemunhamos aqui um “sinal dos tempos”: os evangélicos manifestando regozijo pela homenagem que o Estado republicano e laico vai prestar a um padre católico! O segredo dessa conexão inusitada é a sintonia comum entre Comblin e todas as pessoas de boa vontade, que defendem os valores do “Governo de Deus”, de justiça e de misericórdia, conforme a boa tradição cristã.

A homenagem ao Padre José Comblin, falecido há um ano, será em Sessão Solene que a Câmara dos Deputados vai lhe dedicar na segunda 28 de maio, às 10h, em Brasília.

A transmissão ao vivo pode ser acompanhada por aqui, onde se poderá também ver depois a gravação da homenagem.

E atenção: dias 25 e 26 de Agosto, o nosso Mestrado realizará uma Excursão Acadêmica ao Memorial do Padre Comblin, na Paraíba. Anotem nas agendas!