Boletim Unicap

Recife, 28 de março de 2008 Ano 7

Geneton Moraes Neto faz palestra na Católica
Por Lucélia Brito e Anne Mendes

Na noite desta sexta-feira (28), na sala 510 do bloco A, os estudantes do curso de Jornalismo da Universidade Católica de Pernambuco tiveram a oportunidade de participar de uma conversa com o jornalista Geneton Moraes Neto. Ex-aluno de Jornalismo da Católica, Geneton é repórter especial do Fantástico, da TV Globo.
O jornalista foi convidado pelo professor da disciplina Jornal Laboratório, Marcelo Abreu, para falar sobre um dos maiores repórteres brasileiros do século 20, Joel Silveira, e conversar sobre a sua carreira e experiências na televisão.
Geneton Moraes Neto falou sobre o excepcional trabalho jornalístico de Joel Silveira e citou trabalhos clássicos do amigo, com quem trabalhou durante 20 anos, como o texto no qual ele descreve um encontro com Getúlio Vargas e a frustração por não conseguir entrevistar o então presidente. “A principal lição de Joel como repórter era a sua curiosidade excessiva”, disse.
Os alunos ainda ouviram Geneton dar conselhos sobre a profissão e contar estórias interessantes que aconteceram durante suas entrevistas, mas que não puderam ir ao ar na televisão. Segundo Geneton, “o melhor jornal é aquele que nunca é publicado. Tem muitas coisas interessantes que por alguns motivos não podem ser usadas”. O jornalista ainda ensinou como não deixar o trabalho cair na rotina, falou sobre as dificuldades da profissão e citou Paulo Francis, que “lamentava que no Brasil as pessoas optam por escrever difícil ao invés de escrever bem”.
Geneton Moraes Neto é autor de nove livros de entrevistas e reportagens, dois deles em parceria com Joel Silveira. Os mais recentes são “Dossiê Drummond”, sobre Carlos Drummond de Andrade, e “Dossiê Brasília: Os Segredos dos Presidentes”, baseado nas entrevistas que fez para o Fantástico com os ex-presidentes do Brasil ainda vivos (Sarney, Collor, Itamar Franco e Fernando Henrique Cardoso). Geneton nasceu no Recife em 1956 e se formou em 1972. Começou a profissão sob o regime de Emílio Garrastazu Médici no Diario de Pernambuco. Trabalhou como repórter no Brasil e no exterior.
Já Joel Silveira, durante os seus mais de 60 anos de carreira, atuou em diversos veículos de comunicação do país, ocupando inúmeros cargos, incluindo o de correspondente de guerra. É reconhecido por ser um dos precursores do jornalismo internacional e do jornalismo literário no Brasil. Ganhou de Assis Chateaubriand o apelido de “a víbora” por seu estilo ferino e impactante. Sergipano, Silveira nasceu em 1918 e morreu em agosto de 2007. Escreveu ao longo da vida cerca de 40 livros.

I Seminário de Literatura e Erotismo chega ao fim
Por Anna Salustiano

Nesta sexta-feira (dia 28) foi a última noite do I Seminário Literatura e Erotismo realizado pelo curso de Letras da Universidade. O público novamente lotou o auditório do bloco J. O primeiro a falar foi o jornalista Ricardo Japiassú, que é aluno do curso de Letras. Ele explicou o romance de Luzilá Gonçalves Ferreira, chamado de “No tempo frágil das horas.” O livro passeia pela aristocracia pernambucana. Um dos destaques apontados pelo jornalista foi a força e audácia que as mulheres tinham. A Literatura recria a realidade. O erotismo é proibido, é um desejo castrado. “Eros, significa alegria, desejo, compulsão. A morte aparece na história para contradizer tudo isso”, enfatizou.

Terminada a primeira palestra, foi a vez da professora do curso de Psicologia da Universidade Amparo Caridade. Ela começou perguntando ao público o que é erotismo? Sem tanto sucesso, ouviu o silêncio como resposta. Ela não teve demora: “O silêncio também é erotismo.” A sexualidade é elencada em três dimensões. “Ela está no real do corpo, no simbólico da linguagem e no imaginário da cultura. A erótica existe porque o sexo não nos basta. Um poema erótico é arte. A pornografia é que é comércio.”

A realidade sem adornos agrediria nossos olhos. O poeta Manuel Bandeira explica melhor. A escolha humana difere do animal, ela apela para essa mobilidade interior, infinitamente complexa. A literatura se encaixa na amplitude da vida, ela serve como complemento. Arte existe porque a vida não basta. O público analisou junto com a professora o que é o orgasmo. “É a perda de si, existe uma entrega e um abandono”, e completa: “Fazemos sexo para ter satisfação”. O erótico se expande na criatividade, ele é sutil, complexo. Entrando na sedução, Amparo vai alegar: “O outro é posto como objeto de desejo. Vai existir um jogo entre dois inconscientes”.

Mais uma vez ela interage com o público e pergunta o que a gente deseja? “O que eu desejo é que o outro nos deseje, a nossa grande angústia é não conseguir.” A professora ao terminar foi aplaudida calorosamente. Na voz do mediador da mesa, o professor Janilto Andrade, “ela coroou o que foi visto nos três dias, numa linguagem poética.” As apresentações não davam sinais que iam terminar. Quatro meninas leram uns poemas de Majela Colares. Depois, o poeta Colares explicou como faz as poesias. “Escrevo poesia para mim, vendo muito pouco. Poesia não se faz para alimentar matéria, mas é um substancioso alimento espiritual”. As colocações terminaram e dois alunos entraram em cena para interpretar um trecho do livro de Machado de Assis, Dom Casmurro. Ao final do I Seminário Literatura e Erotismo teve um sorteio e alguns alunos foram contemplados com livros sobre o tema.

Funcionário da Católica lança o livro “Em busca do logos”
Por Lucélia Brito

Valter Avellar, funcionário da Coordenação de Tecnologia de Informação (CTI) da Universidade Católica de Pernambuco, lançou na noite desta quinta-feira (27), na Livraria Saraiva do Shopping Recife, o livro “Em busca do logos”.

A obra faz parte da coletânea “Quem Lê Vive Mais”, da Editora Calibán, e discute o sentido e o efeito das mensagens enviadas através do correio eletrônico. “Recebi o convite de Patrícia Tenório e Karla Melo, sócias da Calibán e ex-alunas da Católica, para publicar o livro. Escrevi a partir de uma coletânea de emails, mensagens positivas que encaminho há aproximadamente seis anos. Faço Mestrado em Ciências da Religião na Católica e a minha dissertação também é baseada nessa idéia”, afirmou Avellar.

Fundada inicialmente como revista de cultura, a Calibán surgiu em 1998 e logo virou uma editora. No lançamento da coleção “Quem lê vive mais”, foram mostrados os cinco títulos populares e de qualidade escolhidos para iniciar o projeto editorial. Além do livro “Em busca do logos”, estão sendo publicados “Histórias de Trancoso”, de Gonçalo Fernandes Trancoso, “Quatro por quatro”, de Machado de Assis, “As casadassolteiras”, de Martins Pena e “Bucólicas”, de Virgílio. A obra Bucólicas é bilíngüe, em português e latim.

Segundo a escritora Patrícia Tenório, “a Calibán Editora quer tornar títulos clássicos itens acessíveis aos leitores. Livros são artigos de luxo e a editora está lançando exemplares em diversas áreas, como literatura, poesia, filosofia e artes. A intenção é lançar um ou dois livros por mês.”

Os pensamentos presentes no livro “Em busca do logos” são analisados a partir da logoterapia, uma psicoterapia criada por Viktor Frankl, na qual recursos como a leitura de textos, parábolas e pensamentos levam o indivíduo a encontrar e descobrir o sentido da vida. No livro podem ser encontradas mais de 850 mensagens, subdivididas em temas como liberdade, sabedoria e juventude.

Jornada discute “Psicanálise e Deficiência Visual”
Por Glaucio Alves

O Mestrado em Psicologia Clínica da Católica irá promover, no dia 3 de abril, a 9ª Jornada do Laboratório de Psicopathologia Fundamental e Psicanálise. O evento vai acontecer na sala 002, localizada no térreo do bloco G4, a partir das 8h, e será aberto pelo professor Zeferino Rocha.

Às 8h15, começa o seminário sobre “Psicanálise e Deficiência Visual”. A professora Maria Lúcia Toledo Amiralian, da USP, vai falar sobre “Psicanálise e o trabalho com pessoas com deficiência”. À tarde, a professora Betty Fuks, da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), vai abordar o tema “Freud e a Judeidade”.

O evento será encerrado às 19h com o lançamento do livro “Freud e Judeidade”, de autoria da professora carioca. Informações pelo telefone (81) 2119-4407.

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