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(Texto originá)
As pessoas do século XVII viviam
numa aflição só: não sabiam direito
quem eram elas. Viviam avexadas, aperreadas entre o amô e
a sabedoria, entre a cobiça das coisas e a salvação
da alma, entre as artes sabidas vortada pra todo mundo e o mundo
todo ou a arte da Idade Antiga, qui em tudo pensava no Todo-Poderoso
ou em cada pessoa.
O barro-rôco foi uma coisa meio
doida: uma mistura de duas coisas: a primeira, é coisa meio
troncha no juízo, falada pelos hôme sabido da Idade
Média ou vem do espanhol barro-êco, palavra do português
antigo: pé-ro-la meio torta ou troncha, por isso fala qui é muito apapagaiado.
(Texto clássico)
O homem do século XVII vivia
a falta e excessiva busca de identidade ideológica: vidas
vividas em conflitos, desequilíbrios, divididas entre a emoção
e a razão, entre valores materiais e espirituais, entre a
cultura clássica (humanista, racionalista, universalista)
e a cultura medieval (teocêntrica, sentimental, individualista).
O Barroco foi uma grande dualidade,
ambigüidade. Refere-se à tortuosidade do raciocínio
lógico, difundido por filósofos da Idade Média
ou provavelmente tem origem do espanhol barrueco, expressão
do Espanhol: pérola irregular ou deformada, daí, as
adjetivações de grotesco, bizarro, exagerado, rebuscado,
excesso de ornamentação, redundância.
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